SOU MENOR ABANDONADO
Sou produto do acaso,
pois a pílula falhou;
Fruto d’um mero prazer
de alguém que me
rejeitou.
Sou criança sem família,
Sozinho, sem ninguém;
Criança que sonha, que
pensa;
Criança que esperança
não tem.
Sou o que bate em sua
porta,
e pede pão na hora
errada;
Sou o que se senta no
chão,
o que dorme nas
calçadas.
Sou o lixo da cidade,
a vergonha da nação;
Sou o que pede pra
comer,
e é chamado de ladrão.
Mas sou alguém, também
sou gente,
Não sou o que dizem ou
pensam;
Não sou nenhum
criminoso;
Sei que o crime não
compensa.
Não sou nenhum
vagabundo,
vago buscando o que
fazer;
Não diga que sou
preguiçoso,
o trabalho me é negado
por você.
Não sou um sujeito
burro,
falta-me oportunidade;
Dizem que sou cidadão...
mas não sou sociedade.
Sou um cara esquisito,
por todos desprezado;
Sou gente carente de
amor,
sou menor abandonado.
Escrito por: Rogério Santos
12.10.2000
____________________________________________________________________________
Rogério Santos, entre 40 e 50 anos, mas num sou velho não, viu?! Representante comercial, radialista, escritor quando dá certo e pai da dona desse blog! Já fui poeta um tempo, mas o tempo agora é outro que me falta. Ah, tempo danado!
0 comentários