Eu e meu pré-conceito com livros adolescentes relutamos muito em ler este livro. Diversas foram as vezes que vi o exemplar pelas livrarias, físicas ou online, cheguei até a segurar um tempo na espera da fila, mas devolvi as prateleiras. E foi uma indicação de Leandro de Lira, lá no Instagram (confere o perfil dele aqui) que eu tomei coragem e levei o livro pra casa (e por apenas dez reais!).
Título: Eleanor & Park
Autora: Rainbow Rowell
Páginas: 287 páginas
Editora: Novo Século
Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e The Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.
Eleanor
é uma garota nova na cidade que só quer passar despercebida pelas figuras do
ensino médio e viver a sua vida. Seus cabelos ruivos e sua excentricidade ao se
vestir a impedem de ser apenas só mais uma e, já em seu primeiro dia no ônibus,
passa por um problema pequeno que se torna um espetáculo: um lugar para se
sentar. Park, por sua vez, tendo o mesmo desejo de Eleanor, isto é, passar
despercebido e seguir sua vida, acaba tendo seu primeiro contato com a garota
nova ao praticamente se ver obrigado a deixa-la sentar ao seu lado. Obrigado
porque, bem, o seu convite não foi nada convidativo.
As
idas e vindas lado a lado no ônibus, as aulas de literatura e a curiosidade de
ambos faz surgir uma amizade improvável. Apesar dos constantes silêncios iniciais,
o constrangimento, o arrependimento das palavras duras de antes, a
impossibilidade de alguém querer ser
seu amigo, ao ver de Eleanor, eles se dão bem. E, como era esperado, a amizade
evolui.
Gosto
do estilo narrativa, uma espécie de “pingue-pongue”, variando o foco entre os
personagens que dão nome a obra, sem necessariamente mudar o narrador. A
leitura é leve e rápida, sem deixar de oferecer momentos intensos e propícios
para reflexão, principalmente diante da realidade vivida por Eleanor, próxima
de boa parte das crianças e adolescentes: pais divorciados, vários irmãos e as
finanças não sendo as melhores. Além de um padrasto que, visivelmente, não
merece a mulher incrível que é sua mãe – e todas as coisas que ela abdica para
ter “um homem em casa”.
Não
há algo de grandioso no enredo, isto é, um plotwist absurdo e coisas de grande
impacto. E talvez seja isso que faz o livro ser tão bom, ao meu ver. As
personagens enfrentam problemas comuns e cotidianos, tais como: gordofobia,
divisão de classes, inseguranças amorosas, problemas em casa, e uma discussão
bem rasa sobre raça, voltada para pessoas de descendência asiática – pois Park
tem mãe coreana e pai americano (branco).
Em
alguns momentos, confesso que achei a Eleanor um pouco dramática demais. Porém,
diante de todo o seu contexto familiar, as inseguranças com o corpo e a própria
beleza (que são intensificadas por motivos de: ensino médio sendo o ensino médio) em contraste com a
estabilidade financeira e familiar de Park, sua – não tão grande – popularidade,
é de se compreender. Além do mais, são adolescentes. Dramas são, basicamente, o
alicerce da vida adolescente, não é mesmo? HAHA
Os
problemas apresentados no livro são reais e isso é o que faz especial. Se você
deseja um enredo extremamente complexo e com final clichê, este livro Park não
é para você. Eleanor & Park é leve, mas ao mesmo tempo intenso.
Adolescente, mas não deixa de ser maduro, também. Fofo, mas também... imperfeito. É um lembrete nostálgico do primeiro amor, dos dramas da adolescência, das imperfeições da vida.
E, como eu já disse, é onde está a graça da coisa.
E, como eu já disse, é onde está a graça da coisa.
E aí, já leu o livro? Gostou da resenha?
Conta aí pra mim!
3 Comentários
Thanks for sharing pretty cute things.
ResponderExcluirOlá! Esse livro está na minha lista para ler em 2020, não sei se conseguirei pelos projetos que preciso cumprir. Gostei muito da capa e da forma que escreveu a resenha.
ResponderExcluirBeijocas.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi, Vanessa! Espero que consiga ler o livro esse ano, pois é uma leitura muito boa! Fico feliz que tenha gostado da resenha. :)
ExcluirBeijos