Na literatura,
por se tratar de ultrarromânticos, a segunda geração do romantismo também é
definida como geração mal do século.
Partindo disso me perguntei: nesse contexto, qual seria o "atual mal do século"?
Posso estar errado, mas, na minha opinião, seria essa atual geração tão marcada
pelo desamor. E o que seria isso?! Chame do que quiser: inexistência de amor,
pobreza de sentimento, ou o tão conhecido desapego...
Ao meu ver, pior que amar demais é amar de menos. Sinceramente, não entendo como as pessoas conseguem se apegar tanto a relações superficiais e desapegar tanto de algo quando surge a primeira ameaça desse algo se tornar profundo. Costumo chamar isso de apego ao desapego, ou o inverso. O fato é: qual o mal em se apegar? Ao meu ver, o mal está mais ligado a como você lida com esse apego, do que a ele em si. As pessoas confundem apego com dependência e isso faz com que, cada vez mais, se apegar seja visto como algo ruim. O erro não é se apegar, o erro é fazer disso uma forma de dependência.
Mal sabem essas pessoas o quanto faz bem achar alguém para se apegar. Como um click, aquela boca parece ser a mais gostosa, aquele abraço parece ser seu Porto; o peito enche de sentimentos bons; os sorrisos são mais sinceros; e até a saudade, quando é daquela pessoa, se torna algo diferente; Ah, os gestos mais simples de repente ganham um sentido a mais. Sim, A MAIS. Uma 'amiga' minha comentou que precisamos ser completos por nós mesmos, para quando achar alguém, essa pessoa nos transborde e não que venha para nos completar.
Hoje, as pessoas pensam muito no que pode acontecer. Não vejo nada demais nisso, mas por que a maioria insiste em pensar apenas no pior? Sem querer ser utópico, mas prefiro sempre achar que tudo PODE e VAI dar certo. Já dizia F. Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” Não é que eu não tenha medo. Gosto sim de me entregar, pular de cabeça (as vezes literalmente), contudo, assim como todos, odeio a vulnerabilidade que isso traz. Mas não é isso que fará com que eu deixe de me entregar. Entrego-me à mensagens, me entrego a sorrisos...
Pode parecer meio "é melhor chorar por amor do que nunca ter amado...", mas desde quando amar é ter a certeza de sofrimento e choro? (Não responda que é desde Pablo, por favor. Caso a parte!) Parece até que se apaixonar é algo que só pode ocorrer em um dos lados, que essa paixão não pode ser recíproca. Por essa razão muita gente deixa de viver felicidades por medo de serem infelizes, e se satisfazem com um meio-termo que não é nada além disso: um meio-termo.
As vezes
basta ter a coragem de acreditar que vai ser diferente e que irá funcionar. Não
reprimir sentimentos, pois eles são contagiantes e talvez é isso que aquela
pessoa esteja esperando de você para poder se abrir também.
Não se
apegue ao desapego.
Ignorando gênero, você pode acreditar que o
sapo está apenas agindo como um príncipe, mas cuidado, as vezes ele é realmente
um príncipe e quem tá transformando ele em sapo é você...
Escrito por: Ewerton Alves.
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Ewerton, 20 anos. Vestibulando e acadêmico de Enfermagem. para a mãe, um safado (do bem), para a irmã, um insuportável. Livre de preconceitos, gosto musical que vai do arrocha ao indie sem problemas. Fã de cinema e abraços, sempre armado de sorrisos e piadas sem graça. Um preto pequeno de mente gigante... então, quem sou ou serei pra você?
2 Comentários
Belo texto, e com uma boa dose da realidade desse medo que todos tem de levar um "não", quando na verdade ao se negarem qualquer que seja a situação de risco já se enraízam aquele "não".
ResponderExcluirEspero ver mais colaborações por aqui.
Achei esse texto ÓTIMO! Ele postou no facebook e eu praticamente o obriguei a postar aqui HAHA
ExcluirE é bem isso mesmo, sabe, essa ideia de que ninguém deve se apegar, que se quiser algo mais sério já é "carente" ou coisa do tipo, beira ao absurdo.