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Tenho medo.
Tenho medo do futuro.
Tenho medo de não alcançar os meus
objetivos, tenho medo de fracassar.
Tenho medo de que os erros dos meus
pais se repitam, que eu seja reflexo da minha família também em seus erros.
Tenho medo de que o dinheiro seja investido
em algo sem retorno, das dívidas. Tenho medo da necessidade bater à porta, da
comida não chegar ao estômago, que o frio envolva a pele.
Tenho medo de estagnar. De olhar para
trás e ver que nada mudou ao longo dos anos e que continuará não mudando.
Tenho medo de que aquilo que eu sou me
impeça de crescer, de ser quem eu desejo ser. Afinal, não costuma ser fácil
para uma mulher, ainda mais negra e nordestina.
“Sonhar
não paga”, eles dizem, numa tentativa de fazer-nos acreditar que esse negócio
de medo é balela, todos podem alcançar seus sonhos, basta querer. Mas, “quanto
maior o sonho, maior a queda”, dizem também.
Assim, noites são perdidas. Sonhos,
diminuídos ou ignorados.
E a vida segue, recheada de receios,
incertas, medos.
Tenho medo do futuro.
Tenho medo.
Escrito originalmente em 21 de julho em 2018.
4 Comentários
Wow. Esse é um texto bem impactante. Bastante forte. Nem sei o que comentar. Só que é pura poesia. E que eu também tenho medo.
ResponderExcluirEu te disse que as crônicas desse mês eram de bad! HAHA Fico feliz que tenha te impactado (apesar de ser um texto triste :[ )
ExcluirTenha medo de não realizar os seus sonhos.
ResponderExcluirTenha medo de não ser a mulher que seja ser.
Tenha medo de não ter medo.
Adorei o texto.
beijos
Oi, Gabi! Primeiro, seja bem-vinda e obrigada por comentar! :)
ExcluirSeu comentário foi muito importante para mim, pois vai de encontro a todo o sofrimento presente no texto e traz esperança, por isso, muito obrigada! De verdade.
beijos, volte mais vezes. (: