Eu nunca tinha lido Lisa Kleypas antes. Vi muitas de suas obras pelo skoob, principalmente os romances de época, mas não tive a oportunidade de ler até ganhar os três livros da série The Travis Family de presente (inclusive, muito obrigada Cecê!). A Protegida, livro inicial da série, já me conquistou pela capa que eu achei linda demais e fiquei babando no vestido, apesar da minha mãe dizer que me deixaria com cara de velha (rs).
Título: A Protegida (Sugar Daddy)
Autora: Lisa Kleypas
Tradução: A. C. Reis
Páginas: 287 páginas
Editora: Gutenberg
Sinopse: Uma escolha pode conduzi-la à felicidade… Ou partir irremediavelmente seu coração. Liberty Jones é uma garota determinada, mas em sua vida pobre e difícil não há espaço para que consiga vislumbrar seus sonhos sendo realizados. Seu único consolo é a amizade e o amor que nutre por Hardy Cates, um jovem que possui ambições grandiosas demais para ficarem enterradas na pequena cidade de Welcome. Apesar da atração irresistível que pulsa entre os dois, tudo o que Hardy não precisa é de alguém para atrapalhar seus planos de sucesso, e ele a abandona no momento mais difícil de sua vida: quando a mãe de Liberty morre tragicamente em um acidente, deixando um bebê para ela criar. Mas a vida traz grandes surpresas e Liberty se vê sob a tutela de um magnata bilionário, que irá oferecer muito mais que proteção à irmã e a ela, mas também revelará uma forte ligação com o passado obscuro da família de Liberty. O que ela não espera é ter de lidar com Gage Travis, o filho mais velho do magnata; o rapaz não aprova a presença dela em sua casa e fará de tudo para afastá-la de sua família… Gage apenas esquece de também mantê-la longe de seu coração.Continuando com os “eu nunca”, também foi a primeira vez que li um romance contemporâneo, por incrível que pareça. A maioria das minhas leituras do gênero se tratavam de romance de época e os enredos contemporâneos que tive acesso, em sua maioria, foram fanfics. De cara foi uma leitura bem inusitada, já que a história se passa no Texas; estamos habituadas (ou, pelo menos, eu) a histórias localizadas em grandes centros como Londres, Los Angeles, Nova Iorque sendo alguns exemplos. A trama se passando, inicialmente, num bairro pobre no interior do Texas foi uma surpresa e tanto. De início, eu achei o enredo um pouco arrastado.
Conhecemos Liberty e sua família, Hardy e sua família e a relação desses dois é construída ao longo das páginas, mas, tive a impressão de que acabou demorando demais, principalmente porque eles não acabam juntos, como a própria sinopse já deixa claro. Fiquei um pouco incomodada com o Hardy sendo tão frio ao ponto de dizer que não queria que Liberty atrapalhasse os planos dele de subir na vida e fiquei feliz de que eles não acabariam juntos. HAHAHAHA
É importante citar que a linha do tempo é longa e a gente pode notar isso a partir do crescimento da pequena Carrington, irmã de Liberty. Achei interessante abordar, em determinados momentos de forma escancarada e em outros bem sutil, o preconceito que os latino-americanos passam nos EUA, principalmente no Texas, onde se concentra boa parte dos mexicanos que vivem por lá. Liberty, muitas vezes, é confundida como babá da irmã e me pergunto o quanto isso não deve ser doloroso.
O processo de amadurecimento de Liberty, no entanto, é incrível e gosto da forma como ela conquista Churchill Travis e acaba sendo sua protegida. Quando li na sinopse, achei que ele daria uma de sugar daddy e fiquei um pouco receosa, porém, a perspicácia de Liberty - além do sentimento de proteção de Churchill diante da sua antiga relação com a mãe da garota - fora crucial para que eles se aproximassem. E o relacionamento praticamente parental dos dois é muito bem construído e necessário, já que Liberty sequer se lembra do próprio pai, falecido quando ela ainda tinha quatro anos.
E para não dizer que não sou chata… esperei mais da relação de ódio se tornando amor entre Gage e Liberty. Como o enredo inicial com Hardy fora um pouco arrastado, deu a impressão de que, com Gage, as coisas foram corridas até o final do livro. Achei que a vida de Gage antes de Liberty fora pouco explorada e, se tivesse sido nos mostrado um pouco mais, quem sabe pudéssemos ter uma outra impressão dele.
Apesar de todas as reclamações aqui presentes, é um bom livro, principalmente pela evolução de Liberty como garota não-notada do subúrbio de Welcome, para mulher forte, independente e responsável por uma criança. O fato de aceitar a ajuda (através de um emprego) de Churchill não diminui a sua vitória, visto que ela recusara ofertas que não fossem do tipo, demonstrando que não havia interesse em se aproveitar da alta condição do Travis.
A Protegida pode ser lido não como uma história de superação, mas sim de determinação, de luta pelos próprios objetivos e ideais e, no fim…. ainda descolar um amorzinho. heheh
1 Comentários
A real é que esse é o livro da serie que menos gostei, pq achei extremamente arrastado e se estendeu demais em coisas que não necessitava. Hardy é um personagem que tem sua própria historia no segundo livro, mas aqui ele teve mais destaque que o próprio protagonista(que só aparece quase nas ultimas paginas). Esse livro tem seus méritos ao mostrar o crescimento e as batalhas da protagonista, mas se alongou demais aponto de se tornar muito expositivo e cansativo.
ResponderExcluirO personagem masculino é ate interessante, mas acaba perdendo espaço para os dilemas da protagonista e isso acaba tornando o romance deles muito rápido e pouco convincente :( faltavam pouquíssimas paginas pra acabar e la estava a personagem feminina(que mulher idiota quando se trata de romance) novamente obcecada pelo cara q abandonou ela no passado, então Hardy ganha mais holofote e cage é apagado novamente.
Quando vc ler os livros seguintes(principalmente o segundo e o terceiro) nota-se uma diferença gritante, pq vê que a autora conseguiu trabalhar bem os dilemas e traumas dos personagens, mas não deixou de lado o romance o tratando de forma correta, desenvolvendo o relacionamento dos personagens aos poucos e de maneira "natural".
Enfim, amo os livros de época da Lisa, mas o primeiro livro(e ouso dizer que o livro 4) dessa serie ta muito abaixo do talento da autora e mostra que ela ainda não domina muito bem romances contemporâneos narrados em primeira pessoa.