Resenha #5 — 'O Visconde que me amava'; Julia Quinn

Título: O visconde que me amava
Autora: Julia Quinn
Tradução: Ana Resende
Páginas: 290 páginas
Editora: Arqueiro
A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolver dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva. Logo ele decide que Edwina Sheffiled, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela. Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele. Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasse é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração.
         Inicialmente, eu não fui com a cara de Anthony.
         Diante da postura dele e dos irmãos no primeiro livro, por conta do casamento de Daphne com Simon Basset, eu acabei criando uma imagem mais divertida de Anthony Bridgerton do que ele realmente era. E isso foi o suficiente para me desanimar acerca do livro.

         Porém, eu descobriria mais tarde que só estava quebrando a cara.


         Anthony perdeu o pai cedo demais. Tinha apenas 18 anos e sua mãe ainda estava grávida de Hyacinth. Por ser o mais velho, sua ligação com o pai parecia maior. Fora ele quem passara mais tempo ao lado de Edmund e fora ele quem mais vivenciara o amor puro e verdadeiro dos pais. Edmund tinha apenas 38 anos quando aquele infortúnio aconteceu e Anthony colocou na cabeça que não tinha o direito de viver mais que o seu pai. Edmund Bridgerton tinha sido o seu herói e exemplo, e Anthony não iria (ou melhor, nem mesmo deveria) superar o pai – e isso implicava inclusive a idade.

         Do outro lado da trama, tem-se Kate Sheffield, a filha mais velha do primeiro casamento. Sua mãe morrera quando ela ainda era uma criança, mas o seu pai se casara de novo e agora, além de uma madrasta (que não tinha nada de má, pelo contrário) Kate também ganhara uma irmã: Edwina. Os Sheffields não eram ricos nem mesmo quando pai de Kate era vivo, cinco anos antes, e agora eram obrigadas a economizar mais ainda. Sendo assim, Kate teve que esperar até que Edwina tivesse idade para debutar, para que pudessem debutar juntas. Kate já estava “velha” para uma debutante, afinal ela já tinha 20 anos, quase 21, mas era a única opção.
                  Edwina, no auge dos seus 17 anos, era a debutante mais linda da estação, logo, a mais cobiçada. Com cabelos loiros e olhos azuis-claro, já estava sendo chamada de a Incomparável de 1814. Já Kate, com cabelos e olhos do comum castanho, era conhecida como “a irmã mais velha da Incomparável”. Apesar disso, Kate não olha para a irmã com inveja ou irritação. Muito pelo contrário, a ama com todas as suas forças e se esforça para que o casamento que a irmã terá em breve seja de todo feliz. E o sentimento é recíproco. Edwina possui tamanho amor e apreço pela irmã que, em determinado concerto musical, deixa escapar que só se casará com o homem que sua irmã mais velha aprovar.

         E é por isso que, de maneira nenhuma, ela aprovará o casamento de Edwina com Anthony Bridgerton.

         Kate nem mesmo o conhece. Lady Whistledown escreve bastante sobre os Bridgertons, e naquele ano o mais velho dos oito filhos era o seu principal alvo. Na edição de 20 de abril de 1814, ela deixa claro acerca da fama de Anthony e Kate, uma pessoa que acredita e confia bastante na opinião da colunista, decide dar ouvidos a esta afirmação. Anthony Bridgerton é um libertino e libertinos nunca são bons maridos. Desta forma, não havia qualquer razão para que se pensasse na possibilidade daquele matrimônio.

         Ao saber da (falta de) estima da mais velha das Sheffields para consigo, Anthony decide que aquela briga seria vencida por ele: Kate não se intrometeria nos seus planos e ele iria sim se casar com Edwina, a mais velha querendo ou não.

         E é partir dessas brigas que um interesse começa, logo após um sonho erótico com a mais improvável das criaturas, Anthony passa a observá-la de um jeito que nunca pensou que faria. A postura, o cabelo, o formato do rosto... os lábios. De uma maneira que ele nem mesmo sabe como e nem quando, Kate deixou de ser a irmã chata e passou a ser a irmã beijável.

         Ah, e é claro, não vamos esquecer da abelha.
         Abençoada seja!

         O Visconde que me amava traz uma leitura mais séria, se comparada ao livro anterior, mas não deixa de ser divertida. Os medos e fantasmas do passado versus a tentadora ideia de se planejar o futuro ao lado de alguém que se importa. Alguém que ama.

         Ama?
         Até mesmo Anthony se viu assustado com essa ideia. 

2 Comentários

  1. Anthony é um lindo, eu disse já disse isso, mas quem disse que ligo por dizer novamente?
    Não é o melhor livro da saga (cof cof Collin, cof cof Miachel, cof cof Hyacinth) mas é Julia "Queen" então, aquele amor eterno.
    E mano, eu leio abelha e começo a rir pq mto LOL o surto do coitado. E sim Bendita abelha!

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    1. Confesso que eu não ia com a cara dele no começo, mas a gente aprende a gostar dele e até a entender os medos e tal. Af, o final é amor, anw.

      SIM, A ABELHA ÇSLDAKÇALKSÇLSKA socorro, melhor personagem do livro e olha que ela só apareceu uma vez xD

      Cara, Colin é rei mesmo, eu tenho que confessar na moral AHUAHAUHAUH

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