^CRÔNICA | Sobre 2015 e as dificuldades


         Foi um ano difícil.
         Mas, se pararmos para analisar, há muito que temos tido anos difíceis.
         Há muito que temos catástrofes, naturais ou não, tragédias, mortes prematuras, escândalos políticos e revoltas sociais diante de tudo que acontece de errado e nada se é feito.
         Então, por que essa ênfase que 2015 foi tão ruim?
        
         Para mim, tem sido difícil desde 2010. E por mais que eu tentasse, nada parecia mudar e ao longo dos anos seguintes, tudo piorava. Em 2013 foi ainda pior. As coisas pareciam nunca melhorar e eu me perguntava, na verdade, eu perguntava a Deus o que eu havia feito de errado para que tantas coisas desagradáveis acontecessem, de forma tão contínua.
         Quando a gente cresce e toma ciência das coisas e de como elas acontecem, o sofrimento parece ser maior. Principalmente se em boa parte dessas coisas, não se pode fazer nada. O pior sofrimento é aquele em que não se tem domínio sobre ele e a única coisa que se pode fazer é esperar. Esperar que um dia melhore, que um dia passe, que a ferida se cure.
        
         2015 foi um ano difícil.  E 2016, provavelmente,  terá o mesmo grau de dificuldade.
         A diferença está na forma como lidaremos com a dificuldade que nos será imposta ao longo do ano que se inicia. Em uma das mais famosas frases de facebook que é “O ano continuará velho se você não mudar” diz a mais pura verdade. A mudança deve começar em nós mesmos para que, a partir disso, o mundo veja a mudança em nós e deseje seguir o nosso exemplo. Parece utópico, visto de certo ângulo. Porém é a mais pura verdade.
        
         O mundo não deixará de ser preconceituoso se você continuar a ser.
         O mundo não deixará de ser mesquinho se você continuar a ser.
         O mundo não deixará de ser pessimista se você continuar a ser.


         E hoje, no segundo dia do ano em que suspiramos aliviados pelo fim de 2015 e planejamos o que faremos em 2016, que possamos aprender com Pollyanna.¹ Ao invés de reclamar de tudo de ruim que aconteceu no ano que se foi, experimente agradecer por tudo aquilo de bom que você teve a chance de experimentar. Tudo aquilo de ruim que se passou, acredite, poderia ter sido pior. Mude sua visão acerca de tudo que já foi. Olhe para trás e perceba que Deus tem te guardado desde o primeiro dia de vida. Perceba que todas as vezes que você quis algo e não teve, Ele estava lhes guardando para algo melhor no futuro. Não questione os propósitos de Deus. E, se algo parece ruim agora, tenha plena certeza que no futuro vai parecer o que sempre foi: o certo.

         Vamos deixar a ideia de vitória de lado.
         Que 2016 seja o ano da vontade de Deus. Mesmo que para ela se cumpra, tenha que se cruzar um deserto.


         Em 2016, vamos parar de nos lamentar com a boneca que não ganhamos e agradecer pelas muletas que não precisamos usar².

          
Feliz 2016! 


¹ PORTER, Eleanor H.; Pollyanna; Tradução de Monteiro Lobato - Compainha Editora Nacional; São Paulo, 2005.
²: Referência ao que a personagem do livro Pollyanna passa em sua infância;

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