Mais um livro young adult por aqui, pois me tornei aquilo que eu mais julguei: a pessoa adulta que AMA livro adolescente! HAHA Disponibilizado em e-book pela Editora Seguinte, o livro de hoje é uma mistura de O diário da Princesa com Asiáticos Podre de Ricos, e deixo já o spoiler de que li em três dias. HAHAHA vamos de resenha?
Izumi é uma garota nipo-americana que vive com a sua mãe na Califórnia e precisa lidar com as problemáticas comuns quando se é uma pessoa não-branca vivendo num lugar majoritariamente branco. Com 18 anos, Izumi tem um cachorro chamado Tamagochi, sua melhor amiga se chama Noora e, junto com Hansani e Glory, foram a GGA “Gangue de Garotas Asiáticas”.
A garota não sabe quem é seu pai e, aparentemente, sua mãe também não. Segundo Hanako, sua filha foi fruto de uma noite só com um cara da época da faculdade a quem ela não se lembra o nome. Izumi parece lidar bem com isso, afinal, tem uma boa relação com a mãe, apesar de sentir a falta de um de seus pais e de saber mais sobre si mesma e sua história. Após a segunda guerra mundial, seus avós maternos deixaram a herança japonesa de lado para sobreviver num país marcado pela xenofobia e pela de violência quando se trata de nipo-americanos. (Você sabia que os EUA mantiveram campos de concentração com japoneses durante o período de guerra? Saiba mais aqui).
Até que, enquanto se arrumam na casa de Izumi, Noora encontra o livro Orquídeas Raras da América do Norte e, como boa bisbilhoteira que é, encontra uma dedicatória. Com um poema íntimo, o texto é assinado por Makoto Mak, datado de 2003. Poderia este ser o pai de Izumi? Hanako estaria mentindo esse tempo todo sobre a identidade dele? Muitas perguntas rondam o momento e invadem Izumi com dores e momentos da ausência daquela figura que ela tentava esquecer. Noora promete revirar a história até descobrir do que se trata.
Até que ela descobre. Leia também: 'Frank e o Amor' de David Yoon
Makoto Mak é Makotonomiya Toshihito, apenas o príncipe herdeiro do Japão, o primeiro na linha de sucessão. Izumi decide confrontar sua mãe sobre aquela informação e, bem, ao que tudo indica, ela é realmente filha de um príncipe, o que a torna uma princesa. Essa ideia de realeza parece interessante, é claro, mas tudo o que a garota quer é conhecer seu pai; não era ela que desejava encontrar seu lugar no mundo? Descobrir quem era? A oportunidade para responder essas perguntas tinha chegado.
Nem tudo que reluz é ouro, no entanto. Com grandes poderes vem grandes responsabilidades, não é o que diz o Homem-Aranha? Ser da realeza não é nada fácil! Fiquei nervosa e agoniada com a quantidade de “bolas fora” que a Izumi dá e vivi uma relação de amor e ódio com os parentes reais e sua dama de companhia. Esperei que o príncipe enxergasse a chegada dela com mais carinho e menos formalidade, mas entendi que tudo isso mostra o conflito entre culturas, o choque, a tradição e o novo que, nem sempre, conseguem se dar bem de primeira.
A relação de Izumi com seu segurança, Kobayashi Akio, de início, pode ser entendida como um “enemies to lovers”, mas só no começo, sendo mais uma implicância do que um ódio de fato. Akio é escolhido pelo príncipe Toshihito justamente por sua idade próxima a de Izumi, para fazê-la se sentir à vontade nessa coisa toda de realeza. Apesar de não ser o foco do livro, o romance é gostosinho de ler, construído aos poucos e, mesmo cientes do quão errado aquela relação pode ser para os padrões reais e tradicionais, Izumi e Akio não conseguem resistir. Fica aqui o registro de que Akio é MUITO fofo e meu mais novo crush literário por motivos óbvios. Eu, inclusive, reli as cenas deles juntos várias vezes, pois difícil de lidar lendo só uma vez.
Muito mais sobre conhecer seu pai e a família como um todo, ser um princesa ou viver um romance proibido, Uma Princesa em Tóquio é um livro sobre se encontrar. Numa linda celebração a cultura japonesa, com referências históricas lindas, o livro foge dos estereótipos que estamos acostumados quanto a representação de pessoas asiáticas amarelas e, acredito eu, tenha tocado diversas pessoas que, assim como Izumi, precisam entender a si mesmas num contexto de ser duas coisas ao mesmo tempo e, ao mesmo tempo, não se sentir suficiente em nenhuma.
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Como uma garota negra de pele clara, entendo Izumi quanto a isso. Enquanto para a princesa é o ditado sobre ser uma banana “amarela por fora e branca por dentro”, para mim sempre foi aquela linha tênue o bastante onde era escura demais para ser branca e clara demais para ser negra. E foi muito “quentinho no coração” acompanhar o processo dela até se encontrar.
8 Comentários
O livro é uma graça, a história é bem fofa, adorei a personagem Izume, a história tem um romance encantador, gostei muito do livro, bjs.
ResponderExcluirÉ muito lindinho, eu fiquei apaixonada, tô louca para comprar o livro físico HAHA beijos
ExcluirEsse livro parece ser otimo. Eu nao conhecia, mas fiquei curiosa p ler
ResponderExcluirEu amei, super indico, Ingrid!
ExcluirBeijos
Oie, tudo bem? Ah, eu recebi esse livro essa semana. Achei a edição tão linda. Acho incrível quando autores fazem releituras. Que eu me lembre nunca li nenhuma história sobre essa cultura então será novidade pra mim. Fico feliz que tenha sentido um quentinho no coração. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirAhhh, que legal! Eu amei demais essa leitura, estou doida para comprar o livro físico. Espero que você goste, também! beijos
ExcluirQue legal. Também gosto de histórias adolescentes, inclusive se eu pudesse voltar no tempo rs Adorei o nome do cachorro ^^
ResponderExcluirEu também voltaria no tempo, viu, Carol?! HAHA esse livro é lindo
Excluirbeijos