Resenha #20 — 'Uma noite como esta'; Julia Quinn

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Título: Uma noite como esta (A night like this)
Autora: Julia Quinn
Tradução: Ana Rodrigues
Páginas: 267 páginas
Editora: Arqueiro
Anne Wynter pode não ser quem diz que é... Mas está se saindo muito bem como governanta de três jovenzinhas bem-nascidas. Seu trabalho é bastante desafiador: em uma única semana ela precisa se esconder em um depósito de instrumentos musicais, interpretar uma rainha má em uma peça que pode ser uma tragédia ou, talvez, uma comédia - ninguém sabe ao certo - e cuidar dos ferimentos do irresistível conde de Winstead. Após anos se esquivando de avanços masculinos indesejados, ele é o primeiro homem que a deixa verdadeiramente tentada, e está cada vez mais difícil para ela lembrar que uma governanta não tem o direito de flertar com um nobre. Daniel Smythe-Smith pode estar em perigo... Mas isso não impede o jovem conde de se apaixonar. Quando ele vê uma misteriosa mulher no concerto anual da casa da sua família, promete fazer de tudo para conhecê-la melhor, mesmo que isso signifique passar os dias na companhia de uma menina de 10 anos que pensa que é um unicórnio.
O Quarteto Smythe-Smith já nos é conhecido pela sua falta de sintonia desde que a família Bridgerton e seus oito filhos nos foi apresentada. De fato, se fosse para conhecermos todas as coitadas da família Smythe-Smith não nos faltariam livros para comprar, mas talvez dinheiro. Sendo assim, Julia Quinn selecionou a geração da família musicista de 1824, época semelhante ao tempo que se passa as histórias de Hyacinth e Gregory Bridgerton, nos últimos livros da série anterior.

Quatro garotas, um musical, talvez muitos tampões de ouvido e quatro romances.

Uma noite como esta – livro 2



Já nas primeiras páginas deste segundo livro, Julia Quinn nos apresenta a situação de Daniel Smythe-Smith e o porquê do mais velho da família ter deixado o país, para a tristeza e desespero que seus familiares. No prólogo, vemos o quanto o orgulho masculino pode ser na maioria das vezes (bem, sempre) o maior dos inimigos de um homem. Neste caso, resultou no exílio de um e na quase invalidez de outro. Mas isso nós falaremos depois.

A mulher misteriosa que aparece ao final do primeiro livro é apresentada como Anne Wynter, governanta da casa Pleinsworth, uma das tias de Honoria e Daniel, e responsável pelas três filhas mais novas da casa, sendo Harriet, Elizabeth e Frances. A vida e trajetória da Srta. Wynter até o trabalho como governanta daquela família nos é contada aos poucos, mantendo o ar de mistério que se iniciou a série, dando ao leitor o gostinho de traçar possíveis situações e enredos.

Daniel retorna a sua casa na fatídica noite do recital onde Anne precisa substituir Lady Sarah e se vê intrigado com aquela linda mulher que passa toda a apresentação se escondendo – e, bem, dada a afinação de todo o quarteto, era até compreensível. Queria deixar claro que uma das coisas que eu não gostei, ao menos, não de início, foi a insistência de Daniel para com a presença de Anne. Como governanta, Srta. Wynter sabe o seu lugar na hierarquia londrina e passa a evitar contato com Daniel, afinal, tem um emprego a manter e não queria passar por todo o processo do desemprego novamente. Assim, passei a ter certo ranço do Conde, pois parecia inconveniente o tempo todo, estando sempre atrás de Anne.

Ao contrário do enredo anterior, esse sim é repleto de alguns plotwists (podendo ser mirabolantes ou não), mas neste caso, os plotwists se encaixam na história. Pouco a pouco, compreendemos o mistério que envolve Anne, passamos a entende-la num nível absurdo, afinal, o que ela passa ainda é muito real e presente nos dias de hoje. Nossa Srta. Wynter é uma sobrevivente. E o apoio dado por Daniel foi fundamental para que Anne pudesse sonhar novamente, para que pudesse ter uma segunda chance.
Diante da classe social de ambos, nossos mocinhos sofrem um bocado para ficarem juntos, mas talvez seja essa a recompensa. Em Uma noite como esta temos quase um flashback da história de Benedict e Sophie, em Um Perfeito Cavalheiro, o que acaba nos deixando um pouco nostálgicos, digamos assim.

Para mim, não foi tão grandioso como o primeiro, mas teve o seu encanto e não decepcionou.

Lembram do homem citado no primeiro parágrafo? Bem, o seu nome é Hugh Prentice.

Guarde esse nome. 

2 Comentários

  1. Amei sua resenha. Amo as histórias que Julia Quinn cria, tenho o box do Quarteto Smythe-Smith, mas ainda não li, por falta de tempo mesmo. Mas vou ler ainda esse ano. Parabéns, seu blog é lindo.
    Abraços.

    Ana Paula Medeiros Silva
    Diário da Leitura
    http://diariodaleitura1.blogspot.com.br

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    1. Oi, Ana Paula! Obrigada, fico feliz que tenha gostado. :) Entendo BEM como é essa falta de tempo, eu li os livros ano passado, mas só agora pude resenhá-los para colocar aqui. Muito obrigada, beijos

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