Resenha #61 — 'Acorda para a vida, Chloe Brown'; Talita Hibbert

 Mais uma vez eu por aqui trazendo um livro da parceria com a Companhia das Letras, reforço isso, porque eu sou UM NOJOOOOO! HAHAHAH Como eu já falei, além dos livros físicos que já estão sendo enviados, o grupo Companhia também disponibiliza e-books para os parceiros. Para esta semana, o livro é um romance bem gostosinho e de rápida leitura. E vamos de resenha?

Título: Acorda para a vida, Chloe Brown

Autora: Talita Hibbert

Tradução: Lígia Azevedo

Páginas: 296 páginas

Editora: Paralela

Sinopse: Uma deliciosa comédia romântica que mostra que coisas incríveis podem acontecer se você se abrir à descoberta — de si mesmo e do mundo ao seu redor. Depois de quase ser atingida por um carro em alta velocidade, Chloe Brown se deu conta de que seu obituário seria um tanto entediante. Para reverter essa situação, ela decide montar uma lista de atividades necessárias para finalmente "acordar para a vida". Mudar assim não é nada fácil, mas, para sua sorte, Chloe encontra alguém que — mesmo a contragosto — pode ajudá-la nessa missão. Seu vizinho Red Morgan é um motoqueiro misterioso, que tem várias tatuagens e mais sex appeal que uma estrela de Hollywood. No entanto, um acordo leva Chloe e Red a se aproximarem e perceberem que suas primeiras impressões um do outro estavam erradas. E que, mesmo com traumas do passado e receios quanto ao futuro, o amor nunca perde a chance de surpreender.

Já no início do livro, Chloe Brown passa por uma experiência traumática de quase morte, quando um carro com a motorista embriagada desvia dela e bate logo em seguida. Chloe, que sabemos depois ter condições físicas limitadas por algumas doenças, percebe que, se morresse naquele momento, não saberia definir a si mesma. O que fizera de tão interessante? O que fazia dela uma pessoa especial? Como poderia definir Chloe Brown em seu obituário?

Uma pessoa sem graça e entediante.

Do outro lado da trama, nós temos Red Morgan, um cara jovem, bonito e que aparenta ter muitos segredos. Trabalhando como zelador num condomínio de luxo, Red não poderia suportar menos a mimada e bonita pra caralho, Chloe Brown. Como pode uma mulher ser tão bonita e tão insuportável? Apesar de suas irmãs mais velhas serem tão receptivas e o idolatrarem pelo seu físico (aparentemente, mulheres ricas têm interesse em zeladores jovens e bonitos) Chloe não poderia se importar menos com a presença dele ou qualquer outra coisa ligada a Red.

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Depois da sua experiência de quase morte, Chloe decide que já passou da hora de viver. Mesmo tendo fibromialgia e doenças crônicas que a deixam dias com dores musculares, isso não deve ser um empecilho para viver. Ela não é uma coitada e, muito menos, alguém que precisa sempre de ajuda. Ela é adulta, sabe de suas condições e deve lidar com elas. Chloe cria uma lista de prioridades para seguir, começando com sair da casa de seus pais. Essa lista é crucial para que ela acorde para vida, deixando seus traumas e dores emocionais para trás. Após um encontro inusitado, Red Morgan parece ser a pessoa perfeita para ajudá-la nessa lista. Mesmo a contragosto, Red aceita auxiliá-la a acordar para vida, em troca de ela trabalhar em seu site, revelando um de seus segredos para Chloe. 

Apesar de apresentar personagens com +20 anos, Chloe parece um pouco infantilizada. Não sei se foi proposital, diante dos problemas de saúde que podem ter acarretado numa infância difícil e limitada, ou se não foi intencional. O ponto é que, de início, a personagem não passa a personalidade de uma pessoa de 30 anos. Sei que isso parece um conceito pré-estabelecido de como cada pessoa deve se portar em cada idade, mas em alguns momentos, Chloe parece uma adolescente.

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O livro traz um personagem interracial, sem o peso de se trabalhar a questão racial. Eu gosto disso. Se você acompanha o blog há um tempo, sabe que já apareceram diversos livros com a temática racial por aqui, seja ficção ou não-ficção; e isso é ótimo, precisamos cada vez mais discutir esse assunto. Em contrapartida, também sou a favor de livros com personagens não-brancos em destaque sem um peso, trauma ou obstáculo por conta da cor/etnia. Precisamos nos enxergar em livros, filmes e séries em personagens com dilemas que não sejam ligadas unicamente a cor e, consequentemente, a dor. O livro apresenta alguns comentários e conversas ligadas a questão racial, mas nada muito aprofundado; eu gosto disso. Racismo é uma merda e a gente já vive isso todos os dias, às vezes é legal se enxergar sem a dor escancarada.

Sobre o romance, deixo bem claro: tem cenas de sexo com muita frequência. Particularmente, não é um problema, mas deixo avisado, pois algumas pessoas não gostam. A linguagem usada para descrição dessas cenas me incomodou um pouco, por ser mais explícita e informal (eu estava acostumada com descrições mais formais HAHAHA), mas, de novo, mas não é um problema. O casal tem uma química muito boa, então, é só uma questão de costume com a linguagem.

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Acorda para a vida, Chloe Brown é um romance representativo, divertido e sensual. Apesar das problemáticas apresentadas acima, ainda é uma leitura leve que nos dá um quentinho no coração ao enxergar uma mulher negra, com corpo não-padrão, buscando sua felicidade para além de suas condições físicas. Se você deseja uma leitura marcante, para dar boas risadas, este livro é para você! 

Já leu o livro? O que achou da resenha?

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